19 fevereiro 2010

O avesso do avesso do avesso...

A Polícia Federal, segundo li, pediu a sala em que José Roberto Arruda estava preso. Transferiu-o para uma menor.
O advogado do ainda-governador saiu em sua defesa, queixando-se da decadente condição habitacional de seu cliente, que seu cargo merecia coisa melhor.

Que nós já não estranhamos mais as declarações de quem dá entrevista neste país, das pessoas que compõem o estado, isto é verdade.

A frase do advogado é emblemática, quando troca o valor moral das coisas e, frontalmente contra a razão, inverte tudo.

E o estranhamento adicional é que vem da boca de um profissional que, por dever, defende o Direito.

Possivelmente, não faz por mal, mas por descuido, de tão acostumado às práticas consideradas - lá por eles mesmos - normais e lícitas. São os costumes, o 'ethos' de uma pequena parte dos que têm algum poder.

Candidamente, cita o cargo do preso como um símbolo de majestade em si mesmo, como se a pessoa que o usa estivesse ungida com os santos óleos da divinização, sob a qual não há pecados que a manchem.

Sendo uma autoridade, com este título, não há como enxergar-se um malfeitor, mesmo que o titulado venha a posicionar-se no extremo oposto da moralidade e da lei.

A gente já os conhece, mas tem ainda a esperança de estar sob engano.

Pensamento do dia

"Tela de computador costuma queimar o almoço."

07 fevereiro 2010

Santo de casa



 Muitas pessoas que têm o dom artístico, ou que desenvolvam qualquer atividade que teria um potencial de destaque, queixam-se de que os estranhos ao sangue prestam atenção - com opinião a favor ou contra, mas prestam - em suas obras, mas  que seus próprios familiares não.

É bem verdade, tanto que há o ditado do título acima.

Mas, podemos ir mais longe e encontrar o comportamento do próprio 'artista' agindo da mesma forma: as opiniões dos familiares não são sequer notadas, por serem justamente da família.

Queixa-se da indiferença de irmãos, primos, tios e sobrinhos, mas não nota seus elogios, quando deles recebe alguma referência sobre suas obras; não dá valor a ela.

Vá se entender o ser humano.