Ontem fui ao Maracanã ver meu time do coração jogar. Foi bom. Ele venceu de 3 a 0, e afastou o Náutico dos primeiros lugares, posição que reserva para si há cinco rodadas.
Este ano, o Flamengo vai muito bem na tabela do Campeonato Brasileiro. Acumula 22 pontos, coisa que não via há décadas, se não me falha a memória.
Mas não é inacreditável o Flamengo ganhar e nem de estar na primeira colocação na tabela. É sobre o Maracanã.
Estamos no século XXI e o respeito às pessoas parece, no Rio de Janeiro, não ter chegado ainda por aqui, basta você querer comprar uma entrada para assistir a um espetáculo neste estádio-ícone do futebol mundial.
A primeira coisa, as bilheterias não têm placas avisando o tipo de ingresso que você poderá comprar nelas, pois cada nicho tem sua finalidade. O da esquerda de tudo vende entradas para as arquibancadas de cor branca; o imediatamente à direita deste, só vende arquibancada verde ou amarela.
Não teria grande importância isto, caso o torcedor tivesse a informação no guichê, embora um deles tenha um fila inexplicável e outro apenas com o atendente pressentido por detrás das grades, pois não lhes vemos o rosto. Logicamente, o usuário-torcedor vai, por sugestão, à fila maior, pois imagina que onde há quantidade é maior a vantagem e chega à boca do guichê para descobrir que o que ele pode pagar ou deseja não é ali, mas umas tantas janelinhas à direita ou à esquerda.
Um problema maior, infelizmente, existe e este é o ponto inacreditável: o guichê está, rigorosamente, a 45 cm do chão. Isto mesmo. Você leu certo. Um anãozinho teria de se curvar levemente para comprar sua entrada.
Para se comprar uma entrada, tem de se ajoelhar e penitenciar-se ao escárnio da Suderj (que me perdoe parcialmente a Suderj, se não for com ela isto).
É ridículo e aviltante ver-se homens barbados genuflexarem-se diante do poder público. Mais um, aliás.
É a síntese deste nosso feliz Brasil. Feliz por natureza, mas que, constantemente é vilipendiado, pisado, chacoteado pelos dirigentes, em todos os níveis que o cidadão trata com o estado.
Mas o brasileiro, este sofredor da torcida Brasil, está acostumado com isto. E esta é a tragédia maior.
Uma placa, grande, à entrada do estádio faz a propaganda da final da Copa do Mundo de 2014. Pelas exigências da Fifa, certamente fará obras e, após esta interferência externa, é bem provável e quase certo que aquela organizadora do futebol mundial não irá aceitar tal coisa.
Aí, no futuro, a contragosto da CBF, SUDERJ e não sei de quantas siglas outras mais que compõem o estado brasileiro, seremos cidadãos.
Um comentário:
Infelizmente, a falta de respeito para com o público não é vista apenas neste sentido, e não só na
'cidade maravilhosa'..
É Brasil.
(esta foto fica um show se vista em tamanho maior..)
Márcia
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