06 julho 2008

Seremos respeitados no futuro

Eu fico imaginando, às vezes, se moro no planeta Terra ou no Marte. Vejo coisas ruins que são inacreditáveis, embora simples, simples de serem evitadas.

Ontem fui ao Maracanã ver meu time do coração jogar. Foi bom. Ele venceu de 3 a 0, e afastou o Náutico dos primeiros lugares, posição que reserva para si há cinco rodadas.
Este ano, o Flamengo vai muito bem na tabela do Campeonato Brasileiro. Acumula 22 pontos, coisa que não via há décadas, se não me falha a memória.

Mas não é inacreditável o Flamengo ganhar e nem de estar na primeira colocação na tabela. É sobre o Maracanã.

Estamos no século XXI e o respeito às pessoas parece, no Rio de Janeiro, não ter chegado ainda por aqui, basta você querer comprar uma entrada para assistir a um espetáculo neste estádio-ícone do futebol mundial.

A primeira coisa, as bilheterias não têm placas avisando o tipo de ingresso que você poderá comprar nelas, pois cada nicho tem sua finalidade. O da esquerda de tudo vende entradas para as arquibancadas de cor branca; o imediatamente à direita deste, só vende arquibancada verde ou amarela.
Não teria grande importância isto, caso o torcedor tivesse a informação no guichê, embora um deles tenha um fila inexplicável e outro apenas com o atendente pressentido por detrás das grades, pois não lhes vemos o rosto. Logicamente, o usuário-torcedor vai, por sugestão, à fila maior, pois imagina que onde há quantidade é maior a vantagem e chega à boca do guichê para descobrir que o que ele pode pagar ou deseja não é ali, mas umas tantas janelinhas à direita ou à esquerda.

Um problema maior, infelizmente, existe e este é o ponto inacreditável: o guichê está, rigorosamente, a 45 cm do chão. Isto mesmo. Você leu certo. Um anãozinho teria de se curvar levemente para comprar sua entrada.

Para se comprar uma entrada, tem de se ajoelhar e penitenciar-se ao escárnio da Suderj (que me perdoe parcialmente a Suderj, se não for com ela isto).

É ridículo e aviltante ver-se homens barbados genuflexarem-se diante do poder público. Mais um, aliás.

É a síntese deste nosso feliz Brasil. Feliz por natureza, mas que, constantemente é vilipendiado, pisado, chacoteado pelos dirigentes, em todos os níveis que o cidadão trata com o estado.

Mas o brasileiro, este sofredor da torcida Brasil, está acostumado com isto. E esta é a tragédia maior.

Uma placa, grande, à entrada do estádio faz a propaganda da final da Copa do Mundo de 2014. Pelas exigências da Fifa, certamente fará obras e, após esta interferência externa, é bem provável e quase certo que aquela organizadora do futebol mundial não irá aceitar tal coisa.

Aí, no futuro, a contragosto da CBF, SUDERJ e não sei de quantas siglas outras mais que compõem o estado brasileiro, seremos cidadãos.


Flamengo 3 x 0 Náutico - 05/07/2008

Um comentário:

Anônimo disse...

Infelizmente, a falta de respeito para com o público não é vista apenas neste sentido, e não só na
'cidade maravilhosa'..
É Brasil.

(esta foto fica um show se vista em tamanho maior..)
Márcia