
Eu costumo ter má vontade com o Governo. Acho que exige mais do cidadão do que lhe dá.
Uma vez escrevi à Presidência da Biblioteca Nacional, aqui no Rio, apontando - um tanto indignado - com o tratamento que o leitor tem lá.
Naquela ocasião, reclamei:
1-Menores de 12 anos não podem freqüentar o salão de leitura (me expliquem por que, foi o que eu perguntei a eles)
2 -Funciona somente no horário comercial, em dias úteis (biblioteca pública, na minha opinião, deveria funcionar não só de domingo a sábado, como também 24 horas por dia. Se padaria e cinema abrem todos os dias, por que a Biblioteca Nacional não?)
3 -Você, na hora do seu almoço, uma hora de prazo, vai à Biblioteca e pede um livro para ler. Isto mesmo, não é possível tê-lo diretamente na estante. Há uma burocracia para isto. E olha que você nem está pedindo livro raro, não; livros comuns, didáticos, romances, qualquer um. Aí, depois de esperar uns quinze minutos (que você não tem), ocasionalmente vem a resposta de que o livro está sendo restaurado (será que todos os livros são raridades, incunábulos?)
Na época, a Presidência me convidou para ir lá, discutir. Ora bolas, não fui! Já havia apontado os erros!
Agora, vejam que minha birra com a BN não é à toa, pedi informações num serviço que eles têm na página da internet deles, que é alguma coisa como fornecer dados de estrangeiros que entraram no Brasil no século passado e no XIX também.
Como era para eu saber, o serviço não funciona. Vejam o que me respoderam, quando eu pedi informações, e já fornecendo dados poucos - evidentemente - sobre meu avô italiano que chegara ao Brasil no século XIX:
A(o) Senhor(a)
O Arquivo Nacional não dispõe de um banco de dados [negrito meu] que contenha informações gerais sobre estrangeiros, nem de listas nominais de famílias, de modo que se possa encontrar rapidamente um determinado estrangeiro ou uma família.
O atendimento à distância só é possível quando o requerente fornece as indicações necessárias à realização de busca em diversos conjuntos documentais, observando os diferentes documentos de cada conjunto, a saber: listas de passageiros de navios, livros de registros de entradas de imigrantes nas hospedarias, prontuários de registros de permanência de estrangeiros no Brasil(carteira modelo 19) e processos de naturalização.
Para o exame das listas de passageiros são necessários: o nome completo do estrangeiro, o dia, mês, ano do desembarque ou o mês, ano e nome do vapor, como também o porto em que ocorreu o desembarque.
As listas nominais de passageiros, de uma maneira geral, não consta a cidade de nascimento do estrangeiro,
do porto de Santos, são somente a partir do ano 1894, havendo deste ano, apenas, parte da lista de passageiros do vapor Solferino;
* do porto do Rio de janeiro são somente a partir do ano 1873
As listas de passageiros anteriores aos anos acima indicados não se encontram sob a guarda deste Arquivo e não se têm notícias a respeito do destino dado às referidas listas.
Para o exame dos fichários nominais de prontuários de registros de estrangeiros(RE,SRE,Carteira modelo 19) são necessários: o nome completo do estrangeiro, a filiação e a cidade/ estado que o estrangeiro fez o registro. O registro de estrangeiro tornou-se obrigatório somente a partir do Decreto-lei nº 3010, de agosto de 1938 para todos os estrangeiros, em caráter permanentes no país que tivessem menos de 60 anos à época do referido decreto. Não existe este tipo de documento anterior a agosto de 1938
ATENÇÃO: Os registros de estrangeiros constituídos de letras e números não se encontram no Arquivo Nacional e poderão ser solicitados na Seção de Cadastro de Estrangeiro da Policia Federal nos Estados.
Os prontuários de registros de estrangeiros feitos na cidade de São Paulo, somente podem ser localizados pelo número do registro, cujo nº poderá ser solicitado a Seção de Cadastro de Estrangeiros, da Polícia Federal: rua Hugo D’Antola, 95 - Bairro– Lapa de Baixo– São Paulo. Tel. (0** 11) 3616-5000 Plantão- (0**11) 3616-5001.
Para o exame dos índices nominais de naturalização entre 1823 e 1959 são necessários: nome completo do estrangeiro, filiação, e, se possível, o ano do nascimento e do óbito.
Visite nosso sítio www.arquivonacional.gov.br /SERVIÇOS AOS USUÁRIOS/ ATENDIMENTO À DISTÂNCIA onde poderá obter informações a respeito da documentação disponível, a forma como está organizada e o que é necessário para que o atendimento seja possível. De posse das informações solicitadas, escreva para consultas@arquivonacional.gov.br .
Caso não disponha das informações necessárias, a consulta deverá ser realizada, pessoalmente, na sede do Arquivo Nacional na Coordenação de acesso ao acervo na Praça da República, 173 – prédio P - Centro, de 2ª a 6ª feira, das 8:30 às 17:45
Atenciosamente.
Coordenação de Atendimento a Distância
Respondi a eles, meio irritado:
Senhores, obrigado pela resposta.
Mas, perdoem-me: me parece paradoxal a BN ter documentos que não servem à pesquisa no Serviço, pois, se o pesquisador soubesse de todos os elementos que lhe pedem para localizar o documento, forçoso seria dizer que não precisaria pesquisar.
Que podemos consultar os documentos - segundo entendi ao fim de sua resposta - pessoalmente, já é uma ajuda, mas um serviço online que exige todos os elementos para dar uma resposta me soa pelo menos risível.
De qualquer maneira, grato por sua atenção
Tenho ou não tenho razão de me irritar?
Uma vez escrevi à Presidência da Biblioteca Nacional, aqui no Rio, apontando - um tanto indignado - com o tratamento que o leitor tem lá.
Naquela ocasião, reclamei:
1-Menores de 12 anos não podem freqüentar o salão de leitura (me expliquem por que, foi o que eu perguntei a eles)
2 -Funciona somente no horário comercial, em dias úteis (biblioteca pública, na minha opinião, deveria funcionar não só de domingo a sábado, como também 24 horas por dia. Se padaria e cinema abrem todos os dias, por que a Biblioteca Nacional não?)
3 -Você, na hora do seu almoço, uma hora de prazo, vai à Biblioteca e pede um livro para ler. Isto mesmo, não é possível tê-lo diretamente na estante. Há uma burocracia para isto. E olha que você nem está pedindo livro raro, não; livros comuns, didáticos, romances, qualquer um. Aí, depois de esperar uns quinze minutos (que você não tem), ocasionalmente vem a resposta de que o livro está sendo restaurado (será que todos os livros são raridades, incunábulos?)
Na época, a Presidência me convidou para ir lá, discutir. Ora bolas, não fui! Já havia apontado os erros!
Agora, vejam que minha birra com a BN não é à toa, pedi informações num serviço que eles têm na página da internet deles, que é alguma coisa como fornecer dados de estrangeiros que entraram no Brasil no século passado e no XIX também.
Como era para eu saber, o serviço não funciona. Vejam o que me respoderam, quando eu pedi informações, e já fornecendo dados poucos - evidentemente - sobre meu avô italiano que chegara ao Brasil no século XIX:
A(o) Senhor(a)
O Arquivo Nacional não dispõe de um banco de dados [negrito meu] que contenha informações gerais sobre estrangeiros, nem de listas nominais de famílias, de modo que se possa encontrar rapidamente um determinado estrangeiro ou uma família.
O atendimento à distância só é possível quando o requerente fornece as indicações necessárias à realização de busca em diversos conjuntos documentais, observando os diferentes documentos de cada conjunto, a saber: listas de passageiros de navios, livros de registros de entradas de imigrantes nas hospedarias, prontuários de registros de permanência de estrangeiros no Brasil(carteira modelo 19) e processos de naturalização.
Para o exame das listas de passageiros são necessários: o nome completo do estrangeiro, o dia, mês, ano do desembarque ou o mês, ano e nome do vapor, como também o porto em que ocorreu o desembarque.
As listas nominais de passageiros, de uma maneira geral, não consta a cidade de nascimento do estrangeiro,
do porto de Santos, são somente a partir do ano 1894, havendo deste ano, apenas, parte da lista de passageiros do vapor Solferino;
* do porto do Rio de janeiro são somente a partir do ano 1873
As listas de passageiros anteriores aos anos acima indicados não se encontram sob a guarda deste Arquivo e não se têm notícias a respeito do destino dado às referidas listas.
Para o exame dos fichários nominais de prontuários de registros de estrangeiros(RE,SRE,Carteira modelo 19) são necessários: o nome completo do estrangeiro, a filiação e a cidade/ estado que o estrangeiro fez o registro. O registro de estrangeiro tornou-se obrigatório somente a partir do Decreto-lei nº 3010, de agosto de 1938 para todos os estrangeiros, em caráter permanentes no país que tivessem menos de 60 anos à época do referido decreto. Não existe este tipo de documento anterior a agosto de 1938
ATENÇÃO: Os registros de estrangeiros constituídos de letras e números não se encontram no Arquivo Nacional e poderão ser solicitados na Seção de Cadastro de Estrangeiro da Policia Federal nos Estados.
Os prontuários de registros de estrangeiros feitos na cidade de São Paulo, somente podem ser localizados pelo número do registro, cujo nº poderá ser solicitado a Seção de Cadastro de Estrangeiros, da Polícia Federal: rua Hugo D’Antola, 95 - Bairro– Lapa de Baixo– São Paulo. Tel. (0** 11) 3616-5000 Plantão- (0**11) 3616-5001.
Para o exame dos índices nominais de naturalização entre 1823 e 1959 são necessários: nome completo do estrangeiro, filiação, e, se possível, o ano do nascimento e do óbito.
Visite nosso sítio www.arquivonacional.gov.br /SERVIÇOS AOS USUÁRIOS/ ATENDIMENTO À DISTÂNCIA onde poderá obter informações a respeito da documentação disponível, a forma como está organizada e o que é necessário para que o atendimento seja possível. De posse das informações solicitadas, escreva para consultas@arquivonacional.gov.br .
Caso não disponha das informações necessárias, a consulta deverá ser realizada, pessoalmente, na sede do Arquivo Nacional na Coordenação de acesso ao acervo na Praça da República, 173 – prédio P - Centro, de 2ª a 6ª feira, das 8:30 às 17:45
Atenciosamente.
Coordenação de Atendimento a Distância
Respondi a eles, meio irritado:
Senhores, obrigado pela resposta.
Mas, perdoem-me: me parece paradoxal a BN ter documentos que não servem à pesquisa no Serviço, pois, se o pesquisador soubesse de todos os elementos que lhe pedem para localizar o documento, forçoso seria dizer que não precisaria pesquisar.
Que podemos consultar os documentos - segundo entendi ao fim de sua resposta - pessoalmente, já é uma ajuda, mas um serviço online que exige todos os elementos para dar uma resposta me soa pelo menos risível.
De qualquer maneira, grato por sua atenção
Tenho ou não tenho razão de me irritar?
Nenhum comentário:
Postar um comentário