O presidente Lula disse algumas vezes que ler não é com ele. Disse isto, por outras palavras.
Quem não lê não pensa direito, pois usa apenas as opiniões próprias; o homem individual não se basta.
Quando o assunto é rasteiro, ele se sai muito bem, mas quando as sutilezas e delicadezas da política exigem um plano de voo que tenha origem em cartas bem estudadas e bem aprendidas deixa muito a desejar.
O caso dos caças, que ele tanto falou sem pensar, imaginava, talvez, que falasse para o povo que entende a sua língua - povo este que deve ser o que gosta de ficar sem camisa tomando cerveja horas e horas nos pés-sujos, sem nunca pegarem num livro.
Agora o decreto que ele acabou de assinar, sobre direitos humanos e outros assuntos: uma peça engendrada por incompetentes e assinada sem ler, segundo dizem.
Lula, entretanto, num raro momento de reflexão, desta vez não se atreveu a dizer tal asneira. Que não leu, não leu, sabemos disto, mas sabe que isto não o exime de responsabilidade.
Sem o amparo da Filosofia, o homem regride e é uma tolice adicional não querer saber dela, conquista milenar que os grandes gregos nos legaram.
E Filosofia não é uma matéria fácil, razão pela qual é necessário ler muito a respeito, debater, observar e muitas vezes reler e reler.
Todo político deveria ter isto em mente, para poder melhor compreender - primeiramente a si mesmo - o homem, pois, supostamente em nossos dias, dele é representante.
Quando Lula diz que ler é dispensável, já se sabe o que de suas ações pode resultar, principalmente quando a coisa é séria; mas o presidente fica feliz quando fala em termos chulos, quando emprega metáforas futebolísticas também: é uma desculpa para obter alforria pelo que diz; mas não é boa.
Para ele e para muitos dos que o admiram a filosofia de botequim basta.
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