09 dezembro 2009

Uma ilha

Eu moro no Rio de Janeiro há muitos anos. Vejo que, a cada ano, os serviços pioram. Hotéis com mosquitos, quiosques de praia sujos, praia suja, areia suja, táxis caindo aos pedaços, ônibus sem ar-condicionado e sem padrão para facilitar as entradas e saídas, mendigos às centenas dormindo sob as marquises do Centro, ruas com sinalização viária caótica e por aí vai.

Em termos de belezas naturais, o Rio é imbatível. Somente nisto. Em serviços, deixa muito a desejar.
O mais cruel dessa história é que o carioca não reclama. Para ele tudo está bom do jeito que está.
Aliás, Rio de Janeiro é apenas uma faixa de uns dois ou três quilômetros de largura por uns cem, no máximo, de comprimento. É a parte das praias.
É assim que considera "Rio de Janeiro" os habitantes da Zona Sul. Chegam a dizer - com certo orgulho - que, além túnel (no caso, o Novo), não conhecem nada e este é um dos motivos do abandono geral.

Os da Zona Norte também acham que o Rio de Janeiro é o do cartão postal e assim a cidade deteriora a cada dia.

Entretanto, há uma ilha nesse mar de indiferença: se algum dia desejar um serviço de qualidade, vá almoçar na Quinta da Boa Vista.

Isto mesmo. O lugar desdenhado pela classe média empedernida da Zona Sul abriga um restaurante que na tão decantada Zona Sul não tem.

Chama-se Restaurante Quinta da Boa Vista. Lugar limpo, a preço compatível com o bom tratamento.

Ah! Eles não me pagaram nada para dizer isto, mas eu faço questão. Espero que nunca fechem as portas.

Um comentário:

marciac disse...

Concordo com você. Infelizmente, não só ao que diz respeito à Quinta.

Mas vale a pena passar algumas horas desfrutando do ambiente, e do cardápio, claro..
Bem lembrado!!