A Polícia Federal, segundo li, pediu a sala em que José Roberto Arruda estava preso. Transferiu-o para uma menor.
O advogado do ainda-governador saiu em sua defesa, queixando-se da decadente condição habitacional de seu cliente, que seu cargo merecia coisa melhor.
Que nós já não estranhamos mais as declarações de quem dá entrevista neste país, das pessoas que compõem o estado, isto é verdade.
A frase do advogado é emblemática, quando troca o valor moral das coisas e, frontalmente contra a razão, inverte tudo.
E o estranhamento adicional é que vem da boca de um profissional que, por dever, defende o Direito.
Possivelmente, não faz por mal, mas por descuido, de tão acostumado às práticas consideradas - lá por eles mesmos - normais e lícitas. São os costumes, o 'ethos' de uma pequena parte dos que têm algum poder.
Candidamente, cita o cargo do preso como um símbolo de majestade em si mesmo, como se a pessoa que o usa estivesse ungida com os santos óleos da divinização, sob a qual não há pecados que a manchem.
Sendo uma autoridade, com este título, não há como enxergar-se um malfeitor, mesmo que o titulado venha a posicionar-se no extremo oposto da moralidade e da lei.
A gente já os conhece, mas tem ainda a esperança de estar sob engano.
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