
Diria que não.
Ao mesmo tempo que servem aos motivos práticos de transporte de pequenas coisas, têm sua função moral. Eleva ou rebaixa a dignidade das pessoas.
Faz parte de um código social silencioso, mas não por isto desprezível.
Um bolso - ou vários -, caracteriza uma pessoa amigável, que guarda as coisas, que tem compromisso; se ausente, insinua indiferença, sugere falta de verdeira amizade. Parece-nos que tal pessoa não se lembrará de nós assim que virarmos a esquina, que nada lhe apega ao corpo.
Parênteses: excesso de bolsos também traz a desconfiança: aquele sujeito tem a avareza, quer carregar o mundo consigo; nada para os outros...
Um bolso é coisa séria.
Veja como é reprovável o ato de nele enfiarmos a mão, quando nos quedamos incomodados com alguém. Torna-se, neste caso, um receptáculo de maus sentimentos, ocultando as mãos que tudo falam.
Um bolso diz tudo, e sua ausência a expressão moral amordaçada.
Tudo isto para dizer que detesto a vulgaridade de uma calça jeans feminina sem os bolsos atrás.
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