O Coronel Jairo, deputado estadual do Rio de Janeiro, vice-presidente da ALERJ, segundo a imprensa, está sendo acusado pela polícia de ter, entre seus assessores, alguém de apelido Betão, que estaria diretamente envolvido no seqüestro e tortura de jornalistas do jornal O Dia na favela do Batan, em Realengo, em 14/05/2008.
O deputado nega, como fazem todos os culpados e inocentes e como de costume na política brasileira. É direito deles dizerem o que bem entendem.
Como defesa, Coronel Jairo diz que não tem tal assessor e que também nem vai à comunidade de Batan, pois 'é perigoso', embora grande parcela de seus votos tenham vindo de lá, segundo também a imprensa.
Esta fala do deputado me lembra a de um outro representante do povo, há muitos anos. Um general reformado, secretário de estado de segurança pública de um governo de que já não me lembro mais.
Naquela vez, o assunto era o assassinato de vários torcedores paulistas que, ao quererem voltar à rodovia Presidente Dutra, erraram o caminho e entraram numa favela na Avenida Brasil, onde foram mortos por traficantes, que imaginavam uma invasão de outros.
Como desculpa, o de triste memória general, disse palavras tais - não exatamente - como:
- Todos sabemos que não se pode entrar lá... Como foram entrar assim?
Naquele dia, há mais de dez anos possivelmente, percebi que o estado brasileiro havia perdido o controle sobre a aplicação de leis. Naquele dia, instituía-se um poder político paralelo, sem constituição escrita, mas com uma carta-magna fundida em chumbo.
Hoje, lá, as milícias expulsaram os traficantes, mas somente para tomar o poder territorial.
Nada mudou, a não ser a mão que aplica a violência.
Como dantes, os representantes do povo continuam a respeitar o novo país criado pela ausência do estado brasileiro, cujas fronteiras políticas, limítrofes ao Brasil, são traçadas com uma linha vermelha, coagulada pelo tempo.
Um dia acaba. Não há mal que sempre dure.
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